Fátima
Em 1917, três crianças pastoras — Lúcia de Jesus, Francisco Marto e Jacinta Marto — testemunharam uma suposta série de aparições da Virgem Maria. Cercados inicialmente de descrença por parte da população e da própria igreja católica, fenômenos naturais ocorridos durante um dos eventos fez muitos mudarem de ideia.
Hoje a pequena cidade de Fátima, o mais importante santuário católico de Portugal, atrai anualmente cerca de 4 milhões de peregrinos. Boa parte desta grande popularidade veio da força do culto mariano, rejuvenecido no século 20, e também de sua adoração por parte do papa João Paulo II. O santo padre polonês, guardião dos três mistérios revelados pela Virgem às crianças, visitou Fátima por três vezes e beatificou duas das crianças — os irmãos Francisco e Jacinta — em 13 de Maio de 2000, aniversário da primeira aparição. Lúcia, prima dos outros dois pastorinhos e falecida em 2005, teve seu processo de beatificação iniciado em 2008.
O principal centro de peregrinação da cidade é a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, consagrada em 1953. Por sua ampla praça principal chegam milhares de fiéis, muitos percorrendo o caminho final de joelhos ou prostrados. Muitos fazem vigílias noturnas, rezando o terço a luz de velas, em datas comemorativas e relembrando as datas das aparições. Os dias 13, e principalmente os de maio e outubro, costumam lotar a cidade de pessoas.
Lisboa
Os sons vão do melancólico fado ao delicioso (e por vezes ininteligível) sotaque. Os aromas que vêm de confeitarias e restaurantes despertam a gula. Esparramada pelas colinas que ladeiam o lendário Rio Tejo, Lisboa tem telhados vermelhos e azulejos coloridos.
Becos e ruelas guardam preciosidades de um rico passado. O nosso próprio passado. Há templos como o Mosteiro dos Jerônimos e museus antigos como o do Carmo e o Calouste Gulbenkian.
Sim, o fado, o bacalhau e a Torre de Belém sempre devem fazer parte do roteiro, mas a Lisboa do século 21 reserva aos seus visitantes belas surpresas como o Centro Cultural de Belém, o extraordinário Oceanário, o MUDE, Museu do Design e da Moda, e restaurantes e hotéis descolados.
Prepare as pernas para andar bastante por uma topografia íngreme. Mas, roubando uma frase de Fernando Pessoa, tudo vale a pena se o prêmio é conhecer essa cidade que é capital do país desde 1255, sobreviveu a um terremoto devastador em 1755 e hoje é um cenário ancestral pronto para ser explorado por quem não tem preguiça de andar.
Braga
Braga é uma das cidades com mais história em Portugal, tudo isso fica muito visível no primeiro momento que você chega à cidade. Braga é cheia de monumentos e igrejas, tudo isso faz com que Braga seja considerado um dos principais centros religiosos de Portugal; e portanto um dos locais indicados para quem busca fazer turismo religioso. Um dos principais pontos da cidade é a Igreja da Sé, que exibe vários estilos, desde o romano ao barroco. Mas as atrações de Braga não terminam por aí. São inúmeras opções e fica mais fácil você ter um bom roteiro do que ver quando chegar até Braga para não perder nada.
Coimbra
Apesar das construções seculares, um ar de jovialidade contagia as ruas da honorável Coimbra. Também, pudera: todos os anos, cerca de 50 mil estudantes lotam as salas da sua famosa universidade, cuja torre, com traçado de coruja – o símbolo da sabedoria –, paira do alto como a revelar para quem vem da autoestrada a sua pendência natural aos livros. São os seus sinos e relógios que, desde 1733, chamam os alunos às aulas.
Coimbra foi capital de Portugal entre 1139 e 1256, quando o primeiro monarca lusitano, Afonso Henriques, decidiu transferir o comando da nação de Guimarães para um local mais ao Sul. Desde então, foram erguidos diversos monumentos que resistem até hoje e parecem fazer questão de impor certa sobriedade à alegria juvenil, regada a cerveja, que impera nas ruas, cafés e salas de aula. Um contraste entre o velho e o novo que virou marca registrada da região.
Catedrais da Sé, por exemplo, há duas: a Velha e a Nova. Descendo a colina de Alcáçova na direção do Rio Mondego, o turista ainda encontra os conventos de Santa Clara-a-Nova e de Santa Clara-a-Velha, onde Inês de Castro recebia as cartas de amor de Pedro. Não à toa, a canção Coimbra – onde se passou “a história dessa Inês tão linda” –, é a música mais cantada na Terrinha.
Santiago de Compostela
A melancólica e violenta costa da Galícia, com suas ondas fustigando incessantemente os rochedos, por séculos proveu as mesas locais dos pescados que lhe fizeram a fama. Por ali chegaram também, diz a tradição, os restos do apóstolo Tiago, fato que colocaria esse canto da Europa no mapa de milhares de peregrinos. Colonizada por tribos celtas que por ali deixaram vestígios tão insuspeitos como a gaita de foles, sua cultura é única – baseada no galego, o idioma latino mais próximo do português –, orgulhosa e cada vez mais valorizada pelos jovens. Se sua natureza é verde e deslumbrante, a maior atração da região está sem dúvida em Santiago de Compostela e toda a mística acerca da lendária descoberta dos despojos do apóstolo.
Porto
O Porto não tem a luz nem as cores de Lisboa. É uma cidade coberta de granito, quase sempre cinza. Mesmo assim, apaixonante, logo à primeira vista. Essa primeira vista é a que se tem quando o carro, comboio ou ônibus passa por cima do Rio Douro, revelando o casario da Ribeira arrumado na suave colina. A cidade deu nome a um dos mais cobiçados vinhos do planeta, o adocicado e aromático vinho do Porto. E enriqueceu graças ao comércio da bebida.
Ganhou, no século 17, o apelido de Invicta, pois apoiou heroicamente D. Pedro IV na sua luta contra os absolutistas. Até hoje, os portuenses se orgulham desse e de outros feitos, como o de 1415, quando, para a conquista de Ceuta, doaram toda a carne de qualidade para a Armada, ficando apenas com as tripas dos animais. Assim surgiu a alcunha “tripeiros”, além de um dos pratos mais típicos: as tripas à moda do Porto. Os tripeiros vivem em rixa com os alfacinhas (de Lisboa), tal como os paulistas e cariocas. Difícil é escolher entre Lisboa e Porto, a cidade maravilhosa. Ambas são de enfeitiçar.